Nesta semana, conversando com usuários e pessoas ligadas ao setor odontológico municipal, ouvimos este desabafo: “nossa odontologia está completamente abandonada”. Para se ter uma ideia, o Centro Odontológico, instalado na área central de nossa cidade, está com equipamentos deteriorados e necessitando de manutenção. E, de acordo com técnicos, pelo tipo e finalidade dos materiais e equipamentos utilizados, se deveria realizar manutenções diárias e uma grande bimestralmente. Porém, não é isso que está ocorrendo. Com isso, os atendimentos têm caído drasticamente.
Além disso, este “centro” tem a escrivaninha escorada em uma cadeira, buraco no piso, e, para “piorar”, não há zeladores fixos. Apenas uma pessoa as segundas e sextas-feiras – nessa parte não há o que discutir, afinal todo leigo sabe que nas unidades onde se trabalha com a saúde, a higiene é condição sine qua non, durante 24 horas. Agora, como um centro odontológico pode funcionar com um zelador que vai apenas dois dias por semana?
Recentemente, o centro estava sem diversas lâmpadas (alguém pode imaginar um dentista prestando atendimento às escuras? Ou pior, sendo atendido nessas condições?), mas um funcionário solicitou diretamente ao eletricista do Pátio de Obras, que compreendeu a necessidade. Outro detalhe: quando estagiários de uma instituição de ensino superior maringaense prestavam atendimento aqui, sempre elogiavam a qualidade da resina utilizada para restauração (Z 100). Mas, nos últimos tempos, esse material está vindo com marcas inferiores.
Conforme apuramos, “a situação do setor já não estava boa desde 2008”. E piorou, desde então. Segundo funcionários, o prefeito Vladimir da Silva (PMDB) nunca visitou o centro, “nem antes das eleições e muito menos depois de eleito”. No entanto, se o coordenador desse conta, realmente o prefeito não precisaria visitar.
Porém, de acordo com essas fontes, a função de coordenador existente é apenas pro forma, uma vez que o dentista responsável “não faz nada e nada coordena”. Além disso, ele é o dentista do posto do Canadá, que está “há quase quatro meses sem prestar nenhum atendimento porque a cadeira está condenada”.
Em Paiçandu, além desse centro, há atendimentos nos dois postos do Pioneiro, em Água Boa e Jardim Canadá. Esse último, como dissemos, sem funcionamento, mas com um dentista de “plantão”. Para quê? Não se sabe.
Retornaremos a este assunto, após uma conversa com os responsáveis. Afinal, como sempre, é a população quem padece.